O debate sobre a existência de áreas VIP em igrejas para figuras públicas e personalidades gerou discussão nas redes sociais, após o influenciador cristão Jonathan Nemer expressar sua opinião contrária a esse tipo de espaço. Ele apontou, ao mesmo tempo, que o comportamento invasivo de alguns membros da congregação seria uma das razões para a criação dessas áreas especiais.
Em um vídeo compartilhado em suas redes sociais, Nemer contou sobre uma experiência em que chegou atrasado a um evento na igreja e se deparou com uma longa fila. Após ser reconhecido, ele foi direcionado para uma área VIP, um local isolado e privilegiado. “Como artista, é muito bom, mas como cristão, não é legal. Somos todos iguais na casa de Deus. Ali, não sou artista, sou filho, servo”, desabafou Nemer. Ele reconheceu, no entanto, que muitas igrejas adotam esses espaços devido ao comportamento de certos fiéis, que buscam tirar fotos ou interagir excessivamente com personalidades.
Posição das igrejas sobre áreas VIP
O pastor Luciano Estevam Gomes, líder da Primeira Igreja Batista de Aracruz (Pibara), no Espírito Santo, é contra a criação de espaços VIP em igrejas, exceto para quem desempenha funções especiais, como pregadores ou cantores convidados. Ele afirma que em sua igreja “nunca houve um espaço VIP”, sendo reservadas apenas algumas cadeiras para aqueles com responsabilidades na celebração, sempre com foco na comodidade, e não em privilégios. Para ele, “a postura da igreja deve ser de servos, não de senhores”.
Por outro lado, o pastor e escritor Marcelo Aguiar cita o texto bíblico de Tiago 2:1-4, que alerta contra a acepção de pessoas, ressaltando a importância de se tratar todos de maneira igualitária. No entanto, ele reconhece a necessidade de reservar lugares para quem participa diretamente da liturgia do culto, como pregadores e cantores. “É importante manter a flexibilidade e o bom senso, para evitar qualquer tipo de acepção”, afirma Aguiar.
Área VIP para personalidades?
O pastor Bruno Caetano Simplício, presidente da Igreja Batista Atitude no Espírito Santo, também considera necessária a criação de um espaço específico para aqueles que estão diretamente envolvidos na programação litúrgica. Ele acredita que, para as personalidades, a existência de uma área VIP pode ser fundamental para permitir que elas cultuem em paz, sem interrupções de fiéis pedindo fotos ou autógrafos durante o culto.
“Pessoas famosas vão à igreja para cultuar da mesma forma que os demais, mas são frequentemente abordadas, o que pode dificultar a experiência espiritual. Uma área reservada ajuda a preservar o foco na adoração a Deus”, explica Simplício. No entanto, ele enfatiza a importância de educar a congregação para não idolatrar essas figuras públicas e tratá-las de maneira igualitária.