Iporá, no interior de Goiás, tem sido palco de uma mobilização crescente no setor agropecuário. Produtores rurais da região completaram, em 16 de junho de 2025, doze dias consecutivos de manifestação pacífica às margens da rodovia GO-060, em frente ao Sindicato Rural de Iporá. A principal reivindicação: a implementação imediata da securitização e a abertura de novos caminhos para a renegociação de dívidas agrícolas.
O movimento, que reúne diariamente dezenas de produtores sob uma grande tenda montada no local, tornou-se símbolo da união do Oeste Goiano. A mobilização busca dar visibilidade à realidade enfrentada por pequenos e médios agricultores que, endividados e pressionados por altas taxas de juros e perdas sucessivas de safras, temem não conseguir manter suas atividades produtivas.
À frente do protesto está Iron Filho, presidente do Sindicato Rural de Iporá. Ele destaca o caráter pacífico da mobilização e a força do coletivo: “Estamos há doze dias aqui, unidos e firmes. Esse movimento é histórico para o setor e mostra que o produtor rural está disposto a lutar de forma organizada pelos seus direitos”.
A demanda central gira em torno da securitização agrícola, mecanismo que permitiria transformar dívidas dos produtores em títulos de longo prazo, facilitando o pagamento e a permanência no campo. “Securitização já!” é o grito mais ouvido no local, como enfatizou o produtor Divino de Almeida.
O apoio institucional tem sido crescente. Logo no início da manifestação, lideranças de Sindicatos Rurais de municípios como Rio Verde, Doverlândia, Jussara, Israelândia, Amorinópolis e Paraúna se juntaram ao movimento. Prefeitos como Maysa Cunha (Iporá), Adelícia (Israelândia), Gustavo (Amorinópolis) e Edvaldo Batista (Jaupaci) também marcaram presença, reforçando o apoio institucional à causa dos produtores.
No 12º dia do protesto, o prefeito de Caiapônia, Argemiro, que também é produtor rural, compareceu e reafirmou a importância da mobilização. “O agronegócio é a base da economia brasileira. Precisamos fortalecer nossos produtores para garantir o desenvolvimento e a segurança alimentar do país”, afirmou, elogiando a liderança de Iron Filho.
O movimento também ganhou respaldo nacional com a presença do Coronel Almeida, coordenador do MOP – Movimento Ordem e Progresso. Ele enalteceu a postura dos produtores de Iporá, apontando o protesto como um exemplo de resistência e cidadania. “A coragem desses homens e mulheres do campo precisa servir de inspiração para o restante do país”, afirmou.
O Coronel destacou ainda que a sociedade precisa acompanhar atentamente debates em andamento no Congresso Nacional, como o PLP 112/21, que propõe um novo Código Eleitoral, e a PEC 18/25, ligada à segurança pública. Ele alertou também para a urgência da regulação das redes sociais e da própria securitização, temas que impactam diretamente a democracia e a liberdade de expressão.
A realidade no campo é preocupante. Muitos agricultores já iniciaram a venda de equipamentos agrícolas e maquinários como forma de tentar saldar parte das dívidas. Essa desmobilização coloca em risco os próximos ciclos de plantio de grãos, com efeitos diretos na cadeia alimentar brasileira.
“Se os produtores não puderem continuar plantando, o impacto será sentido por toda a sociedade. É preciso compreender que a comida na mesa do brasileiro começa aqui, no campo”, reforçou o Coronel Almeida. Ele defende a realização de audiências públicas como forma de ampliar o entendimento da população sobre o papel do produtor rural e a importância da securitização como medida de urgência.
A manifestação de Iporá é um alerta. Mais do que um protesto local, é um apelo por medidas concretas que garantam a sustentabilidade do setor agrícola e, por consequência, a estabilidade da economia nacional. A mobilização também mostra que o interior do Brasil está atento, articulado e pronto para defender seu direito de produzir.
Para mais informações sobre a pauta da securitização e a mobilização dos produtores, acesse o site oficial do Sindicato Rural de Iporá.
Se você se preocupa com o futuro da produção agrícola no Brasil, acompanhe de perto os desdobramentos dessa manifestação e apoie ações que fortaleçam o campo e quem vive dele.