Líder da Advec teve celulares apreendidos no Aeroporto do Galeão e está proibido de deixar o país
Na noite desta quarta-feira (20), a cena foi incomum até mesmo para quem está acostumado ao movimento intenso do Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro. O pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec), foi abordado por agentes da Polícia Federal (PF) ao desembarcar de um voo vindo de Lisboa.
A ação cumpriu um mandado de busca e apreensão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dentro da PET nº 14129, investigação que apura suposta obstrução de Justiça em processo ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e à acusação de tentativa de golpe de Estado.
Medidas cautelares impostas
Além da apreensão de celulares, Malafaia foi submetido a medidas que incluem:
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Proibição de deixar o Brasil;
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Proibição de manter contato com outros investigados.
A viagem do pastor a Portugal, onde cumpriu agendas em templos da denominação, foi interrompida por determinação judicial.
O que diz a Procuradoria-Geral da República
Segundo parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), aprovado em 15 de agosto, Malafaia teria atuado como “orientador e auxiliar” em supostas ações de coação e obstrução ligadas a Bolsonaro e ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
O documento cita indícios de tentativa de interferência na Ação Penal nº 2668, que trata da alegada tentativa de golpe de Estado.
Contexto político e posicionamentos
Nos últimos anos, Silas Malafaia se destacou como um dos principais articuladores de atos em apoio a Jair Bolsonaro. Ele também se posicionou publicamente contra decisões do STF e defendeu anistia ao ex-presidente.
Com a decisão judicial, o caso ganha novo capítulo e aumenta a pressão sobre aliados de Bolsonaro investigados no mesmo inquérito.