Maioria das petições partiu de aliados de Bolsonaro e se intensificou entre 2021 e 2025
A pressão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem se acumulado no Senado. Ao todo, 29 pedidos de impeachment contra o magistrado já foram protocolados na Casa Legislativa — a maioria movida por apoiadores e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo levantamento da CNN, os registros começaram ainda durante o mandato de Bolsonaro, entre 2021 e 2024, somando 22 petições nesse período. Em 2025, o número cresceu com mais sete novos pedidos, totalizando quase trinta solicitações formais para que o Senado avalie a conduta do ministro.
O mais recente pedido foi apresentado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente. A motivação foi a decisão de Moraes que impôs uso de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro, além de outras medidas cautelares, como recolhimento noturno e restrições de comunicação.
Na petição, Flávio afirma que a decisão de Moraes “extrapola em muito os limites que regem o exercício da jurisdição penal”. Ele sustenta que o despacho tem viés político e representa uma perseguição ideológica.
“Trata-se de uma decisão com nítida carga político-partidária, que avança sobre o mérito da acusação sem o devido processo legal, atribui caráter criminoso a manifestações políticas e diplomáticas legítimas e impõe medidas cautelares gravíssimas em evidente contexto de perseguição”, argumenta o senador no documento.
Além de parlamentares como Flávio, os pedidos de impeachment também foram apresentados por deputados federais e cidadãos comuns, revelando uma movimentação intensa — ainda que sem perspectiva clara de avanço, já que o Senado não deu andamento a nenhum dos requerimentos até agora.
A atuação de Alexandre de Moraes à frente de investigações envolvendo o ex-presidente e seus aliados tem sido ponto central de tensão entre os poderes, especialmente em temas como atos antidemocráticos, fake news e tentativas de descredibilizar o sistema eleitoral.