Governador de Goiás solicita reunião emergencial com governadores e cobra postura mais firme do governo federal diante da nova taxa de 50% imposta pelos EUA
Diante do cenário preocupante para as exportações brasileiras, especialmente do setor agroindustrial, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, solicitou uma reunião de emergência com o Fórum de Governadores. A motivação foi o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados ao país norte-americano.
O requerimento foi encaminhado ao presidente do Fórum, Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal. A data da reunião ainda não foi definida, mas já há expectativa de participação também do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que está à frente do gabinete de negociação criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para lidar com o tema.
Segundo Caiado, a postura do governo federal tem sido “omissa e ineficiente”, e isso pode trazer sérios impactos à economia nacional. O governador também apontou que as tarifas impostas pelos EUA seriam uma retaliação direta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Brasil.
Recentemente retornando de uma missão diplomática e comercial ao Japão, Caiado já se reuniu com empresários goianos nesta terça-feira (22), no Palácio das Esmeraldas, para discutir estratégias de enfrentamento.
Entre as medidas anunciadas está a criação de uma linha de crédito emergencial, com taxas mais baixas que as praticadas pelo mercado, voltada especialmente para empresas goianas altamente expostas às exportações com os EUA. O plano também inclui a formação de um grupo de trabalho com representantes do governo estadual e da iniciativa privada, com o objetivo de mitigar os impactos e encontrar saídas conjuntas.
O setor agroindustrial goiano, um dos mais atingidos pelas sobretaxas — que incidem sobre produtos como soja, carne e derivados do aço — é a principal preocupação no momento. A expectativa é que, com articulação entre estados e o setor privado, seja possível encontrar soluções urgentes para preservar empregos, contratos internacionais e a estabilidade econômica da região.